quinta-feira, 30 de junho de 2016

AQUICULTURA EM RONDÔNIA : NO RASTRO DO SAMURAI

                                               


Quando se pretendeu escrever a Coluna ESPINHA NA GARGANTA não se imaginava que naquele momento estaríamos dando início a redigir os primeiros capítulos do Livro AQUICULTURA EM RONDÔNIA: Bases para o desenvolvimento sustentável, e, ao mesmo tempo, documentando um trabalho incipiente, no âmbito da pesca e aquicultura na região, e, em especial, no então Território Federal de Rondônia, tendo como cenário e palco as adversidades de uma região insalubre, em fase de colonização, onde cada trabalho desenvolvido se materializava como um marco histórico e um divisor de água — do antes e do hoje.

Desde o início dos trabalhos pioneiros e na elaboração dos primeiros projetos de piscicultura implementados na região, com vistas ao atual estágio de desenvolvimento desta atividade no estado de Rondônia, que a persistência e a obstinação foram marcas registradas e constantes em todas as fases, passando, necessariamente, pelo planejamento participativo e arrojo no cumprimento de metas, tidos como estratégias e instrumentos complementares à determinação.  

Todo fruto gerado no ventre da necessidade deve ser alimentado no seio da seriedade. ESPINHA NA GARGANTA deve ser interpretada como uma necessidade do uso da palavra para combater os indefesos usuários dos setores pesqueiro e aquícola do estado de Rondônia das garras dos aproveitadores e inescrupulosos malfeitores, fantasiados de salvadores da pátria.

Muitos não conhecem as dificuldades que foram vivenciadas no dia-a-dia por todos estes heróis anônimos, pioneiros e desbravadores que por aqui chegaram, provenientes de todas as regiões do Brasil, com uma única certeza: que dispunham de muita coragem e disposição para explorar à terra prometida pelo Governo Federal — constituindo-se, portanto, naquela ocasião no primeiro e único incentivo governamental que todos receberam, no início da colonização de Rondônia.

A pré-disposição em trabalhar a terra para obter o sustento para a sua família foi a principal ferramenta utilizada pela maioria dos colonos que ocuparam, logo no início da colonização do Novo Eldorado do Brasil, o eixo da principal estrada aberta, depois batizada de BR-364 — no então Território Federal do Guaporé, posteriormente, transformado em Território Federal de Rondônia, e em 1982, instalado e batizado como estado de Rondônia, em memória a Mal. Cândido Mariano Rondon —, e tendo como seus primeiros passos a construção de pequenas, médias e grandes barragens para atender as necessidades de suas pequenas criações de animais, com ênfase especial para o rebanho bovino e, por último, para criação de peixes.

Estas coleções de águas se prestaram durante muito tempo apenas para abastecer as necessidades domésticas, utilizadas para agricultura de subsistência e para a criação de pequenos animais domésticos e, através do incentivo do serviço de extensão rural, através da então ACAR-RO, depois ASTER-RO e, em 1984, transformada em EMATER-RO – Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural, em convênio com o Governo do Estado de Rondônia, e da então SUDEPE, passaram a ser utilizadas para as primeiras criações de peixes.

Em 1987, o governo do estado de Rondônia viabilizou a estruturação da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE – extinta e incorporada para criação do IBAMA, em 1989) que viabilizou a construção da Estação de Piscicultura de Porto Velho, próximo a então Cachoeira do Teotônio, que possibilitou a produção e distribuição de alevinos de espécies de peixes regionais, com prioridade para a espécie tambaqui (Colossoma macropomum, Cuvier, 1818), ocorrendo, desta forma, de fato, o início da piscicultura de Rondônia.

Com o advento da construção de uma infraestrutura física para reprodução de espécies de peixes da região – a Estação de Piscicultura de Porto Velho, com capacidade para produção de alevinos suficiente para atender a demanda do Estado, viabilizou-se a capacitação profissional nas áreas de engenharia de pesca e de biologia, que naquela época se ressentiam de tecnologia para a realização de desova artificial, em nível de laboratório e de produtor rural, e, para equacional estas limitações tecnológicas viabilizou-se junto ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Tropicais – CEPTA, na época sob a responsabilidade do IBAMA, na cidade de Pirassununga – SP, como, também, junto à Estação de Piscicultura do Rio Branco-AC, a qualificação técnica para profissionais que estavam começando a trabalhar em Rondônia para, depois, darem início, de fato, os primeiros trabalhos de piscicultura, em níveis de laboratório e de produtores rurais.

Ao longo destes capítulos, aqui apresentados neste estudo, no formato de um verdadeiro resgate da história da piscicultura no estado de Rondônia, algumas passagens são descritas e outras serão apresentadas em citações e narrativas, pois a Coluna ESPINHA NA GARGANTA não teve a preocupação e nem se planejou para se transformar em livro e, sim, se propôs mostrar apenas para o prezado leitor e amigo, que vem tendo acesso à mídia escrita e eletrônica da região, a se inteirarem sobre os trabalhos que vinham sendo desenvolvidos, no âmbito da pesca e da aquicultura no estado de Rondônia e região.

O paradoxo foi necessário e gratificante e, ao mesmo tempo, indigesto, ao ter que encarnar e desempenhar o papel de um Samurai para exercer uma profissão tão digna e nobre, indispensável na produção de alimento, com geração de emprego e renda, inclusão social e segurança alimentar, e que, no dia-a-dia, tem se tornada emblemática e exercida ilegalmente por um ousado contingente de profissionais de outras áreas, mesmo sem qualificação específica, desprovidos de escrúpulos e com ausência de resultados significantes e necessários.

            De imediato se buscou a elevação do padrão de ética profissional de todos que atuam nestes setores e se dar um basta em situações suspeitas, comprovadas e abusivas de corrupção ativa e passiva, minimizar os desperdícios de recursos públicos, para se evitarem a improbidade administrativa, maximizar o aproveitamento racional das coleções de águas disponíveis no Brasil para criação de organismos aquáticos para promoverem o aumento da produção e da produtividade — através da geração e do aperfeiçoamento de tecnologias pesqueira, aquícola e gerencial.

Quando se definiu escrever ESPINHA NA GARGANTA se buscou atender a uma imposição da realidade brasileira, no âmbito da pesca e aquicultura, a fim de se contribuir com a melhoria da qualidade da produção de pescado, desde a reprodução, recria e engorda — passando por todas as fases, desde a higienização ao mercado consumidor.

Ao se fazerem um resgate histórico, com a inversão na equação, hoje, utilizada pela equipe econômica do Governo, o setor pesqueiro nacional por si só pode promover uma mudança brusca na balança comercial e, assim, passar de maior importador de pescado da América Latina para maior pólo produtor e exportador de pescado das Américas, de acordo com as potencialidades dos recursos naturais e de coleções de águas represadas improdutivas ou com baixas produtividades de pescado e passar a ocupar o merecido lugar de destaque, dentre os países maiores produtores mundiais de pescado.

Na ótica lógica da ética, justifica-se a necessidade da ESPINHA NA GARGANTA, no âmbito do setor pesqueiro e aquícola, para se fazer um desagravo diante da insatisfação em todos os quadrantes deste painel de uma profissão nova, com o exercício milenar, até então desconhecida por muitos e exercida ilegalmente por vários leigos, curiosos, aficionados e optantes pelo exercício ilegal da profissão, atribuição exclusiva do engenheiro de pesca e sem fiscalização do exercício profissional.

            Tudo que tem forma, tom e cheiro de críticas se tornam ácidos, cortantes e não cicatrizantes, mesmo em doses homeopáticas, ao contrário das chagas que são abertas no peito de todos que se omitem e desperdiçam oportunidades em colocar atrás das grades  os verdadeiros corruptos, em se cortar o mal pela raiz e se evitar que as ervas daninhas se enraízem, se proliferem e passem a brotar e a semear em torceras, em áreas contíguas.

            Todos que necessitam atuar no Rastro do Samurai têm que reafirmar o cumprimento do código de honra, denominado “bushidô” como caminho do guerreiro, de cabeça erguida, sem ter medo e sem se acovardar, diante de quaisquer circunstâncias e buscar, custe o que custar, a revelação da verdade, a concepção da prática do bem a fim de promover a elevação do padrão social — através da promoção econômica da população — lutar contra a proliferação do mal, combater de frente a corrupção e a execução do desserviço público, nos mais diversos níveis.  

Neste sentido, venho aqui através de ESPINHA NA GARGANTA agradecer de público a iniciativa e a prova de amizade do colega engenheiro Nélio Alencar, explicitado através do seguinte texto, que relata na página inicial do mencionado livro AQUICULTURA EM RONDÔNIA, no prelo e fase de publicação, com lançamento previsto para o mês de setembro próximo.

Quero através deste espaço agradecer a generosidade e a amizade do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de Rondônia, engenheiro Nélio Alzenir Afonso Alencar em prefaciar este trabalho, transformando-o em livro, sob o título de AQUICULTURA EM RONDÔNIA: Bases para o Desenvolvimento Sustentável e, ao mesmo tempo, materializar um sonho de uma verdadeira saga na implementação de ideias em realidade, através deste documentário.

“Agradecer” pela viabilização da publicação deste documentário, no formato de livro  AQUICULTURA EM RONDÔNIA seria um termo um tanto quanto vago, portanto, vou tentar transformar este vocábulo por um “muito obrigado”, acompanhado de um grande abraço e lhe desejar que Deus retribua este gesto e suas palavras em bênçãos celestiais exponenciais.

PREFÁCIO


NÉLIO ALZENIR AFONSO ALENCAR
Presidente do CREA-RO

As forças da Engenharia vêm sendo utilizadas como principais ferramentas de desenvolvimento sustentável nos países desenvolvidos e emergentes e, em fase de implementação, em outros, em vias de desenvolvimento, como uma tábua de salvação para produção de alimento a fim de atender, a contento, a demanda crescente de alimento para suprir as necessidades básicas de nove bilhões de seres humanos.

Este estudo elaborado por Antônio de Almeida Sobrinho, sob o título AQUICULTURA EM RONDÔNIA: Bases para o desenvolvimento sustentável, traz à lume um resgate de um trabalho histórico, no formato de documentário, nos moldes de narrativas, no âmbito da pesca e da aquicultura, com registros de fragmentos e ‘flashes’ dos melhores e piores momentos da saga da colonização do estado de Rondônia, na ótica da implantação da aquicultura — quando milhares de irmãos brasileiros, provenientes dos quatro cantos do Brasil, que aqui chegaram, com muita esperança e disposição para construírem dias melhores para as suas famílias — quando nossos irmãos e pioneiros destemidos heróis anônimos foram atraídos para colonizar o novo estado de Rondônia.

AQUICULTURA EM RONDÔNIA faz um resgate de um minucioso trabalho desenvolvido, ao longo de mais de três décadas de atuação e de persistência, em Rondônia e região, e se constitui como de grande importância para se desvendar os princípios e os mistérios da aquicultura em Rondônia, uma atividade com características mística e emblemática e se conhecer de perto o papel principal da atividade, dificuldades, resultados e os destaques da persistência, da obstinação e da operacionalização da atividade aquícola nesta região.

O autor da obra incorpora o papel de um verdadeiro Samurai — quando assumiu com dedicação e obstinação o objetivo de implementar e consolidar a piscicultura no estado de Rondônia, com unhas e dentes, e não se esquece em reconhecer que todo este trabalho só tem sido possível com a participação de entidades governamentais e não governamentais, com especial destaque a ação das prefeituras municipais, com o apoio do Governo do Estado tendo os serviços de ATER-Assistência Técnica e Extensão Rural, através da EMATER-RO, que atua como uma alavanca propulsora de difusão de tecnologia e de assistência técnica, quando todos os elos da corrente governamental têm um papel preponderante, com seus respectivos  servidores e obstinados profissionais — passando por todos os níveis, e tendo como responsável direto e beneficiário o principal ator e objeto de todo este processo: o produtor rural, o pequeno e médio pecuarista, o médio e grande empresário que acreditaram e investiram maciçamente  na piscicultura.

Segundo o autor, a piscicultura em Rondônia teve início nos idos da década de 80, quando o Governo de Rondônia viabilizou a estruturação da Agência da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca – SUDEPE (extinta), que em parceria com o Governo do Estado e EMATER-RO viabilizou a implementação da Estação de Piscicultura de Porto Velho, com produção de alevinos para atender a demanda da piscicultura, em nível estadual, constituindo-se, assim, como o marco zero, balizador e indutor para a concepção, formação e nascimento da piscicultura no estado de Rondônia, em nível de propriedade rural, em escala comercial e econômica.

Com a publicação do trabalho: AQUICULTURA EM RONDÔNIA o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de Rondônia – CREA-RO está cumprindo o seu papel de difundir tecnologia e qualificação profissionalizante e, ao mesmo tempo, catalisar fluidos positivos e, assim, fortalecer os elos da corrente da engenharia, implicando na melhoria e na consolidação de benefícios aos profissionais e a população como um todo,  com garantia de produção de alimento, com geração de emprego e renda, segurança alimentar, inclusão social, com desenvolvimento sustentável. 

Todo esforço centralizado que contribua com ações voltadas para se promover o desenvolvimento e a consolidação da piscicultura no estado de Rondônia é interpretado como gestão de cidadania e ação de políticas públicas, com retorno garantido para se promover o desenvolvimento regional sustentável e a produção de alimento para atender as necessidades alimentares da população.

A engenharia desenvolve ações complementares conjuntas com a sociedade que contribuem para a produção de pescado, através de entidades governamentais e não governamentais, que possibilitam o incremento na produção e colheita em massa de alimento para atender e saciar a fome da população e, assim, construir as pilastras de sustentação de um mundo com justiça social, mais justo, farto, autossustentável e com equidade socioeconômica. 

Nélio Alzenir Afonso Alencar
Presidente do CREA-RO

terça-feira, 28 de junho de 2016

CIDADE DE CASABLANCA: DE PRIMITIVA À CINEMATOGRÁFICA

Uma história narrada à beira mar, em Casablanca, Marrocos, uma cidade situada ao norte da África, tendo como divisa o deserto do Seara e principal portal de entrada para a África.
           Foto 01: Cidade de Casablanca, Marrocos, África, encravada no Oceano Atlântico, ao norte do País.
Fonte: (Wikipédia).

      Todos que visitam Casablanca têm a obrigação moral em visitar o principal Shopping Center da cidade: “o magestoso MOROCCO MOLL, uma mistura de construção gótica com a neomodernista, no formato de bola de futebol, com uma grande variedade de lojas e de produtos de última geração de eletro­eletrônicos e de tudo que se possa imaginar, se assemelhando com os padrões dos famosos Shopping Center da cidade de Dubai ­ United Arab Emirates.

Foto 02: Neste primeiro plano, vê-se a Mesquita  Hassan  II,   consideração  a  segunda
maior  do mundo, depois da Meca, e, ao fundo, a vista aérea da cidade de Casablanca.
Fonte: (Wikipédia).


    Quem não ouviu falar ou assistiu ao filme Casablanca, uma produção cinematográfica norte-­americana de 1942, produzida por Michael Curtiz, tendo como atores principais Humphrey Bogart, (1899­1957), no papel de Rick Blaine, e Ingrid Bergman, (1915­1982), como Ilsa Lund Laszlo?

         Com a permissão de nossos leitores, vamos ‘ao túnel do tempo’ e recapitular um pouco este drama de amor: o filme Casablanca conta uma história com muito amor e lirismo vivenciada em Casablanca, Marrocos, ao norte da África — uma cidade encravada às margens do Oceano Atlântico, quando a história é focada na dubiedade e na indecisão de Rick Blaine, quando “um americano amargo e cínico”, segundo a crítica, expatriado por motivos nunca explicados, administrava, com muita competência e desenvoltura, o Rick Café, a casa noturna mais badalada da cidade, uma espécie de Bangalô, do meu amigo Makalé, na cidade de Porto Velho, capital do estado de Rondônia, frequentada pela alta sociedade.

         Para todos que o conheciam e falam com Rick Blaine, este se dizia neutro sobre as questões políticas da época, mas, na verdade, ele era um espião que convivia com os funcionários da Alemanha Nazista, com refugiados políticos, ladrões e os mais diversos tipos de estrangeiros, todos  atraídos  para  fazerem  apostas,  sendo,  portanto,  o  “point”  de  atração  principal  de Casablanca, constituindo este público de alto poder aquisitivo a matéria prima principal que o disfarçado “barman” necessitava para atingir outros vôos.

      Na verdade, o objetivo principal de todo aquele trabalho social na administração do Rick’s Café era o tráfico de armas para a Etiópia, aferindo-lhe  compensadores  lucros financeiros e, ao mesmo tempo, como caminho mais curto de combate à invasão italiana, de 1935, e, por outro lado, à Guerra Civil Espanhola, junto à República Espanhola.

      O personagem utiliza-­se do amor e da virtude para decidir se ajuda ou não a sua amada Ilsa Laszlo a sair de Casablanca com o seu marido, um dos líderes da resistência Tcheca, como forma de continuar o trabalho de combate aos nazistas, segundo a Wikipédia.

         Além da bem narrada história, na categoria de drama, com um enredo com estratégia de guerra, romantismo e lirismo, o filme Casablanca, na verdade, impressionou a todos com a performance e a beleza da Ilza Laszlo Lund, interpretada pela atriz Ingrid Bergman, uma mulher casada, bonita, deslumbrante,  fascinante  e  irresistível,  quando  entre  Rick  Blaine  e  Ilza  Laszlo desperta  um sentimento muito forte, com requinte de um amor perfeito que conquista e domina o coração de ambos e apaixona e contagia aos amantes da sétima arte.

     Segundo os documentários e depoimentos dos críticos da época, todos que assistiram ao filme “se grudaram, por décadas, nas telas dos cinemas de todo os continentes”, consagrando definitivamente  a  cidade  de  Casablanca  com  o  palco  do  romantismo  real,  produzido  por Hollywood, quando materializou este sentimento no formato de um amor verdadeiro e perfeito e, ao mesmo tempo, transformando, assim, uma cidade comum, pouco conhecida, até então, do Norte da África, numa cidade famosa mundialmente.

      A partir da exibição do Filme Casablanca, a cidade passou a ser incluída no roteiro turístico obrigatório para todos que se programam e que desejam visitar e conhecer os encantos e as belezas da África e tem, em sua grande maioria, atraente Marrocos como o principal portal de entrada e como ponto de partida para os demais países do velho mundo.

     Com tantos prêmios e estatuetas conquistados em 1943, (diga­se de passagem, que eu ainda não havia nascido) a consagração do filme Casablanca conseguiu popularizar a cidade Casablanca como a maior metrópole turística da África e tudo isto se justifica pelo poder magnetizaste, de mistificação e de hipnotização que tem o cinema e, consequente, a força da divulgação de massa das telas por onde a película foi exibida como o principal cenário e palco de uma grande e romântica história de amor, nunca antes vivida por humanos — que até hoje encanta e atrai visitantes de todos os continentes e dos quatro cantos do planeta.

   Não temos como separar a metrópole cidade de Casablanca do “FILME CASABLANCA”, constituindo-se como um cartão postal, coração e centro de atração do turismo, da indústria e do comércio mais importante de Marrocos e de toda a África e, ao mesmo tempo, recebendo até o momento caravanas de turistas de todos os continentes que fazem questão de incluir em seus roteiros turísticos o Restaurante Rick’s Café, palco do mencionado filme, onde o espião americano trabalhava e residia e palco de toda a trama da produção cinematográfica, em plena efervescência da 2ª Guerra Mundial.

 Foto 03: Restaurante Rick’s Café, em Casablanca, ponto
 turístico e de visitação de turistas de todo o mundo.

      O que de verdade em toda esta emblemática história de amor e de patriotismo é que a realidade não poderia ser falsa e nem deveria esconder a verdadeira face, mas, por se tratar de uma obra de ficção, tudo é justificável e possível e não inflama e nem engorda e fez sucesso, até nossos dias — porque o povo continua sendo povo e carente de lazer e gostamos de conviver com charmosas e belas mulheres.

      Na verdade, hoje, muitos sabem que as primeiras imagens do filme Casablanca foram feitas, de fato, no Rick’s Cafe, conforme é do conhecimento do público, em Casablanca, Marrocos, África, e o que poucos tinham conhecimento é que todo o resto das filmagens do filme foi realizado nos luxuosos e confortáveis estúdios cinematográfico de Hollywood, nos Estados Unidos.

      Os documentários, livros e filmes costumam materializar épocas, personalizar ficções e destacar e promover objetos e   locais,   antes   desconhecidos   e   sem   muita   importância,   e   com   o Restaurante  Rick’s Café não poderia ser a exceção. No período de pouco menos de uma hora (em torno de 50 minutos) que nosso grupo visitou o Rick’s Café, em Casablanca, Marrocos, presenciou­ se a chegada de várias excursões, dentre estas desembarcaram de micro­ônibus uma delegação da Alemanha e  outra  da  China,  quase  todos  na  terceira  idade,  inclusive  a  nossa  de  Rondônia ... rsrsrs ..., atraídos pelas imagens de um filme que fora exibido para todo o mundo em 1942, sendo premiado na época com várias estatuetas, como o melhor filme norte­americano de todos os tempos.

      Marrocos é um país localizado no extremo noroeste da África, tendo como limites: a norte, pelo Estreito de Gibraltar (onde faz fronteira com a Espanha e Gibraltar), por Ceuta, pelo Mar Mediterrâneo e por Melilla; a leste e a sul, pela Argélia; a sul, pela Mauritânia, através do Saara Ocidental; e a oeste, pelo Oceano Atlântico.

      A forma de Governo de Marrocos é a Monarquia Constitucional onde o Rei de Marrocos é sucedido, conforme a hierarquia convencional deste tipo de governo, sendo o Rei Mohammed VI o atual detentor do trono deste país. Marrocos teve sua formação desde 1554, se libertando do julgo da França em 2 de março de 1956 e da Espanha em 7 de abril de 1956.

       A moeda de Marrocos é o Dirham (MAD), valendo hoje em torno de 4 vezes menos do que a moeda do Brasil. Isto é: R$ 1,00 (1,00 real) vale MAD 4,00 (4 Dirham). Isto significa dizer que o turista  brasileiro  que  chega  em  Casablanca  tem  muitas  vantagens  em  se  hospedar,  em  fazer compra e de conhecer várias cidades próximas, pois o nosso real é moeda valorizada e tudo isto beneficia o turista brasileiro que fizer opção em conhecer esta parte da África.

     O problema crucial de Marrocos é com a escassez de água, ao contrário da cidade de Porto Velho, “que às vezes fica alagada até o pescoço. Toda a água na cidade de Casablanca, que chega às residências, às torneiras, ao chuveiro — e inclusive a água mineral comercializada por lá —, é de fazer os nossos sapos da Amazônia fazerem o sinal da cruz são dessalinisadas e não muito palatáveis para nós que estamos acostumados com as águas doces da bacia amazônica, em especial para a do rio Madeira.

   A alternativa mais lógica é o de apelar para os refrigerantes, como a tradicional coca­cola ou para  a  tradicional  Beer,  aquela  verdinha,  a  cerveja  Heineken,  estupidamente  gelada,  a  mais popular e encontrada em quase todos os bares e restaurantes da cidade.

    Um dos fatos pitorescos e engraçado de Casablanca é que os restaurantes fecham na hora do almoço,  exceto  àqueles  destinados  ao  turista,  enquanto  os  bares  não  podem  servir  nenhuma bebida com teor alcoólico em ambientes abertos e, em alguns, e mesmo assim, raros, somente para os turistas, enquanto os residentes não têm o direito de se deleitar com uma simples cerveja, a exemplo da marca Heineken, muito popular na cidade, ou similar, por ferir frontalmente os dispositivos  e  preceitos  do  islamismo,  profundamente  arraigados  na  sociedade  marroquina, quando se sabe que 99% da população seguem fervorosamente a religião muçulmana sumitra e 1% ao cristianismo.

  No calendário marroquino o ramadão, considerado o maior evento cultural da população e ali o jejum durante o dia é obrigatório e a noite é destinada para as comemorações e festividades, sempre em consonância com as tradições culturais, com origens em seus ancestrais, herdadas de geração em geração.

    A cozinha tradicional de Marrocos apresenta pratos conhecidos aqui no Brasil, a exemplo do Cuscuz, preparado com sêmola de cereais e cozido à vapor, num prato conhecido por com o nome de “couscoussière”.

     O cuscuz é prato tradicional e obrigatório em todos os restaurantes, especialmente na sexta­ feira, sendo, portanto, o prato típico mais conhecido e preferido por toda a população marroquina. Como forma de tornar este prato mais palatável, este é quase sempre servido com o guisado de carne de carneiro, muito raro de vaca, ou frango

      Não tenho dúvida em afirmar que se trata de frango caipira marroquino e não deve ter “pé de gri” conforme o registro fotográfico que fiz para ilustrar esta matéria, com uma companhia muito bem aceita: um suco branco de uma fruta que até hoje eu não descobri. Eu desconfio que seja suco de coco ou, diga­se de passagem: leite de coco ou de amêndoa de sêmola de cereais.

    Nós brasileiros temos preferência por um bife acebolado, com arroz e farofa e por aquele baita churrasco,  mas,  naquela  região  da  África  isto  é  quase  impossível,  quando  tivemos  que  nos contentar com o tradicional cuscuz, com guisado ou com o tagine, (um misturado) com um molho picante, numa mistura de carne guisada com vegetais, que não nos convenceu.

    Um membro de nossa delegação de Rondônia, o Irm:. Itamar José Félix, advogado, empresário e radicado na cidade Itapuã do Oeste, estado de Rondônia, perambulou por quase toda a cidade de Casablanca, querendo a qualquer custo almoçar bife com arroz e farofa de farinha d’água. Acredito que até este momento ele ainda continua em delírios, a procura deste prato, se assemelhando ao Dom Quixote de La Mancha quando queria tocar nos moinhos.

     Para não passar fome em Marrocos, temos que ter muito estômago para não ter problemas estomacais e intestinais, mas como já falava o velho marinheiro: “quem é do mar não enjoa” e no que tange a este item eu não tive nenhum problema deste gênero, enquanto os demais membros de nossa delegação, no total de oito integrantes, a maioria teve que permanecer repousando no Hotel ou imitando o Rei Mohammed VI, no trono, e procurar às farmácias mais próximas e esperar  passar  as  revoltas  e  trovoadas  das  vísceras  e  aguardar  a  calmaria  dos  ventos  para continuar a navegar com suas respectivas naus avariadas.

     As ruas e vielas da Medina principal (cidade antiga de Casablanca) habitada por uma população fixa e flutuante de centenas de pessoas, de baixo poder aquisitivo, com baixíssima renda, quando vivem e trabalham com muita dificuldade para obter o sustento de cada dia, no meio de tantas dificuldades, sobrevivem da comercialização de alimento, como frutos do mar peixe, arraia, polvo e lula —, carnes de carneiro, de aves, de vaca e até de camelo, nas próprias ruas, tendo como cenários  os  produtos  e  os  clientes  com  os  olhares  curiosos  e  espantados  dos transeuntes­ turistas que lotam e superlotam aquelas artérias, com características primitivas e medievais, e dos próprios moradores que comercializam, compram e vendem entre si o alimento que é o pão de cada dia.

     O famoso e tradicional chá de hortelã (para nós no Brasil e para é chá de folhas de menthol) constitui­se numa tradição e funciona como purificador do espírito e da alma e sempre é recomendado pela direção do hotel para os hóspedes, tendo como exemplo a nossa equipe que seguiu fielmente as orientações da gerência do hotel e aprovou, sem exceção, o sabor e o agradável paladar do chá da tarde do Morroccan House Hotels.
  


      Foto 04: Membros da Delegação do GONAB­RO, tendo no primeiro plano, da direita para esquerda, o então Delegado Distrital Waldohither dos Santos Barros, Oswaldo Morales, Antônio de Almeida Sobrinho, Luiz Gonzaga Batista, Luiz Alberto Gonzales Sanchez, Tiene Medeiros de Castro e João Alfredo Alencar da Mata.

    Nada como um papo descontraído, após uma longa jornada de trabalho e de visitação aos pontos turísticos da cidade de Casablanca. Durante o ritual deste chá do Morroccan House Hotels e por estarmos “pra de Marraquech”, chavão com referência a Marraquech, a cidade vermelha — a segunda cidade de Marrocos, depois de Casablanca, com uma população fixa e flutuante em torno de 1.250.000 habitantes, muito especial pela diversidade de elementos  exóticos, do curioso e do bizarro, motivo pelo qual o Vinicius de Morais visitou e cantou em versos e prosas e ainda fez poesia, cantou e encantou — encravada no sopé da Cordilheira do Alto Atlas, no portal do Saara.

      Em minhas andanças científicas descobri que o mencionado tipo de hortelã marroquino tem um efeito impressionante que faço questão em descrever para que o prezado leitor possa muito bem utilizar, no seu dia­a­dia, e para quando visitar à África não se esquecer de se imunizar com os ingredientes fármacos do hortelã marroquino, servido em estilo coloquial e com o esmero detalhes da tradição dos primórdios de sua colonização.

    A  hortelã­verde  (Mentha  spicata),  também  conhecida  como  hortelã­das­hortas  ou  hortelã comum e hortelã­dos­temperos, é uma planta herbácea perene, originária da Ásia e tradicionalmente muito atilizada em todos os continentes. A hortelã marroquino, a exemplo da nossa do Brasil, é uma planta perene, da família Lamiaceae, tem uma substância conhecida com o nome de mentol, com componentes antibactericidas que combate vírus e bactérias.

   O tradicional chá de hortelã tem diversas propriedades teurapêuticas muito recomendadas no dia­a­dia como auxílio e combate nos seguintes aspectos: dores musculares; sistema digestivo; como complemento vitamínico do Complexo B; cálcio; potássio; combate à diarréia; cólicas diversas; dores estomacais; dores de barriga; mau hálito; dores de garganta e tantos outros.

  Foto 06: Em visita ao magestoso Shopping Center da cidade: “o magestoso MOROCCOM MOLL,
em Casablanca. Marrocos, África