terça-feira, 24 de abril de 2018

SUCESSÃO PRESIDENCIAL: A ONÇA E O BODE & BODE E A ONÇA

A ONÇA E O BODE
       Com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, neste último 7 de abril,  o Partido dos Trabalhadores (PT) ficou sem um plano B, como alternativa para concorrer as eleições presidenciais que batem à porta, com início em outubro do corrente ano, e, dentre as raras opções pesquisadas, se depararam com um nome com baixa densidade eleitoral, com passagens em depoimentos da Operação Lava-Jato e que mais cedo ou mais tarde esta “presença” na lista da Lava-Jato possa se tornar um pesadelo e desaguar num mar de tormentas e ter o mesmo destino de vários empresários, políticos, lobistas, doleiros, publicitários e de inúmeros gângster’s e parvajolas petistas que conhecemos através das páginas policiais e de nomes em ‘letras garrafais’ estampadas nas páginas dos jornais e nas telas das TV’s.

            O pré-candidato Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) andam conversando bastante sobre a criação de uma possível frente oposicionista, de acordo com notícias veiculadas na mídia eletrônica, e visto pela ótica política que  ambos só teriam a ganhar, como forma de superar nas urnas seus principais concorrentes — Marina Silva (REDE) e Jair Bolsonaro (PSL) — que, de acordo com as recentes pesquisas espontâneas e estimuladas de intenções de votos, estes estão nas raias prioritárias e que no presente momento mais apresentam chances em disputar um provável Segundo Turno para a sucessão presidencial.

            Para ilustrar esta parceria, vamos apresentar uma Fábula escrita há tempo por Luiz de Câmara Cascudo — renomado escritor nordestino (RN)  que nos deixou um significativo acerto histórico, um legado literário, cultural e gastronômico — que acredita-se ter tudo a ver com as espertezas, as performances e as sagacidades dos animais (Onça e o Bode) mencionados nesta Fábula de Luiz da Câmara Cascudo, incorporados nas personalidades e nas sagacidades de ambos os pré-candidatos candidatos ao Planalto para a sucessão de 2018-2021, Ciro Gomes e Fernando Haddad:

FÁBULA: O BODE E A ONÇA
           
                    O BODE foi ao mato procurar lugar para fazer uma casa. Achou um sítio bom. Roçou-o e foi-se embora. A ONÇA que tivera a mesma ideia, chegando ao mato e encontrando o lugar já limpo, ficou radiante. Cortou as madeiras e deixou-as no ponto. O Bode, deparando a madeira já pronta, aproveitou-se, erguendo a casinha. A ONÇA voltou e tapou-a de taipa. Foi buscar seus móveis e quando regressou encontrou o BODE instalado. Verificando que o trabalho tinha sido de ambos, decidiram morar juntos.
Viviam desconfiados, um do outro.  Cada um teria sua semana para caçar.  Foi a ONÇA e trouxe um cabrito, enchendo o BODE de pavor.  Quando chegou a vez deste, viu uma onça abatida por uns caçadores e a carregou até a casa, deixando-a no terreiro.  A ONÇA vendo a companheira morta, ficou espantada:
— Amigo BODE, como foi que você matou essa onça?
— Ora, ora… Matando!… Respondeu o BODE cheio de empáfia.  Porém, insistindo sempre a ONÇA em perguntar-lhe como havia matado a companheira, disse o BODE:
— Eu enfiei este anel de contas no dedo, apontei-lhe o dedo e ela caiu morta.
A ONÇA ficou toda arrepiada, olhando o BODE pelo canto do olho.  Depois de algum tempo, disse o BODE:
— Amiga ONÇA, eu lhe aponto o dedo…
A ONÇA pulou para o meio da sala gritando:
— Amigo BODE, deixe de brinquedo…
Tornou o BODE a dizer que lhe apontava o dedo, pulando a ONÇA para o meio do terreiro.  Repetiu o BODE a ameaça e a ONÇA desembandeirou pelo mato a dentro, numa carreira danada, enquanto ouviu a voz do BODE:

— Amiga ONÇA, eu lhe aponto o dedo… Nunca mais a ONÇA voltou.  O BODE ficou, então, sozinho na sua casa, vivendo de papo para o ar, bem descansado.

Autor da Fábula: Luiz da Câmara Cascudo.
Autor: Luiz da Câmara Cascudo
            Todos conhecemos de perto que poucos líderes políticos tem a capacidade de transferir votos e o líder petista, Luiz Inácio Lula da Silva, não será diferente. Qualquer analista político que entende de política partidária, em especial a do Brasil, tem plena consciência de que o ex-presidente Lula não terá no momento a liderança suficiente para colocar um candidato petista no segundo turno, com puro sangue, isto é, com dois candidatos petistas, e. sim, através da criação de uma frente oposicionista, como sugere o pré-candidato Ciro Gomes e, mesmo assim, não será páreo fácil para estas prováveis pretensões, uma vez que as demais raiais estão preenchidas com os exímios corredores: Marina Silva (REDE); Jair Bolsonaro (PSL); Geraldo Alckmin (PSDB); Joaquim Barbosa (PSB); Álvaro Dias (PODEMOS) e de tantos outros, até então com baixa densidade eleitoral que podem crescer, ao longo da campanha presidencial, através da campanha gratuita no Rádio e na Televisão, no horário gratuito.
            Em toda história das campanhas políticas no Brasil que tenho conhecimento nem sempre ganhou o candidato mais competente e nem o melhor e quase sempre aquele que adotou as melhores estratégias políticas e teve as melhores estruturas de campanhas.
            Neste jogo de mata-mata, onde se escondem múltiplos interesses políticos e econômicos chegar a disputar o segundo turno de uma eleição presidencial no Brasil é quase meio caminho andado.
            Portanto, numa parceria entre uma ONÇA e um BODE, quando ambos tem os mesmos interesses, todos tem muito a ganhar.
Enquanto a ONÇA, na condição de animal carnívora, terá muita fome para saciar e o BODE  costuma ser um prato muito especial.
Por outro lado, o BODE como animal herbívora terá muita fome de capim para se saciar. Porém, com estratégia e sabedoria estes podem contrariar a Lei de Antoine Laurent Lavoisier: “Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar num mesmo espaço”. Nesta parceria entre a ONÇA e o BOBE isto será possível.
Nos       Antônio De Almeida Sobrinho escreve semanalmente nos seguintes Portais e veículos de comunicação:
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segunda-feira, 23 de abril de 2018

NÃO SEJA ÁGUA DE TSUNAMI: VOTE CONSCIENTE



Na atual conjuntura política — sem precedentes na história política do Brasil, quando o país tem carência de lideranças políticas, o eleitor fica no mato sem cachorro e se embala e se alvora, ‘feito fogo em ventania’ — e toma a forma do improviso e segue o caminho que a água percorre no tsunami ou nas grandes enxurradas: busca o caminho da declividade, e às vezes sobe até ladeira, em turbilhão, sem medir consequências e sem saber onde vai chegar.

O voto em tsunami ou de cascata é uma história muito antiga e remonta as primeiras eleições realizadas no Brasil, durante todo o período republicano, tendo como exemplos mais recentes as seguintes eleições:

JÂNIO da Silva QUADROS – tendo como símbolo a VASSOURA e o jingle: “varre, varre, varre, varre, varre, varre/varre vassourinha/varre, varre a bandalheira/ que o povo já está cansado/de sofrer dessa maneira/Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado”. 

“O homem da vassoura vem aí”. O resultado todos conhecemos: com uma votação devastadora, daquelas de humilhar o adversário, e com sete meses à frente da presidência da República anunciou a sua renúncia — sendo interpretado por muitos como um gesto transloucado e de verdadeira insensatez e o anúncio soou com a justificativa de um elemento sobrenatural, ficando conhecido “como as forças ocultas” que  até hoje não foram explicadas.

Jânio Quadros foi substituído por seu vice-presidente, eleito em outra chapa, (quando a eleição se votava no presidente e no vice-presidente, e o candidato Jânio Quadros não conseguiu eleger o seu vice), sendo eleito o vice-presidente JOÃO Belquior Marques GOULART que assumiu  o poder e em seguida fora deposto pelo golpe militar de 31 de março, quando fora instalado o Regime Militar.

 FERNANDO Affonso COLLOR de Mello tendo como slogan “O CAÇADOR DE MARAJÁS” quando pregava e prometia acabar com os super-salários dos Marajás, nos três Poderes da República.  Com uma performance de um jovem de classe A, bem criado, preparado e com um discurso eloquente e apoiado pela mídia eletrônica, em especial pelo Rede Globo de Rádio e de Televisão, Fernando Collor chegou ao segundo turno e ganhou as eleições do candidato petista, Luiz Inácio Lula da Silva, entre denúncias e armações e etc. & tal. O final desta história nós todos acompanhamos. Após dois anos de mandato, todos assistimos ao desfecho macabro para a história do Brasil: após dois anos de mandato o presidente da República do Brasil foi deposto do cargo através de um processo de Impeachment, sob a acusação de corrupção ativa e passiva, sendo sucedido pelo seu vice-presidente eleito, Itamar Franco que completou o mandato.

DILMA Vana ROUSSEFF   tendo como consequência da política assistencialista e paternalista adotada pelo governo do Partido dos Trabalhadores, durante dois mandatos do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, o povo entendeu que a política adotada pelo partido dos vermelhos deveria continuar quando aos olhos do eleitor “dar um peixe a um homem seria melhor do que ensinar-lhe a pesca”.

Veja onde o Brasil chegou: com uma política assistencialista sem planejamento, o país diminuiu o ritmo de produção, o PIB chegou a se tornar negativo, a inflação tomou proporções alarmantes, o desemprego colocou as massas em pés-de-guerra, com mais de 13 milhões de desempregados, tudo isto levou o Brasil a maior crise econômica dos últimos tempos. A gestão adotado pelo Partido dos Trabalhadores, ao seguir ideologias bolivarianas, alinhadas aos governos comunistas de Cuba, dos irmãos Fidel e Antônio Castro; da Venezuela, implementadas por Hugo Chávez e seguida, agora, por seu sucessor Nicolás Maduro e de tantos outros adeptos.

Visto nesta ótica do lucro fácil e rápido, sob a égide da corrupção, levaram o governo dos petistas a optar pela corrupção generalizada e endêmica, em todos os níveis da administração, como mecanismo para continuar no poder, “forever”, evidenciadas através dos Processos do MENSAÇÃO, com quarenta condenados e presos, (quando faltava apenas o Ali-BABÁ, sendo somente agora no dia 7 de abril), seguidos pelo PETROLÃO, incluindo a cúpula da empreiteiras, da classe política, com implicações em diversos níveis da pirâmide social, onde a certeza da impunidade induziu a indústria do lucro fácil e rápido e optaram pela corrupção.

O resultado deste descalabro e de desmando administrativo do governo do Partido dos Trabalhadores (PT) todos nós sabemos de cor e salteado: o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff e a posse de seu vice-presidente Michel Temer que acabara de sobreviver a dois processos de Impeachment sendo salvo pelo gongo através de duas votações sucessivas pelo Plenário da Câmara dos Deputados – sendo acusado por “Crime de Responsabilidade e “Obstrução à Investigação” e por  “Corrupção Ativa e Corrupção Passiva”.

Por isso e muito mais é que se pode ter uma semelhança entre o Brasil e o animal doméstico de nome perua:  o país imita sem querer à cantiga da perua - que em todos os tempos sempre fora uma só: “é de pior-pior, é de pior-pior, a cantiga da perua é uma só”.

            Tudo isto que estamos acabando de presenciar tem semelhança a um filme que já assistimos em outros períodos de carnavais: a preferência do eleitor para votar e reeleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, probabilidade ZERO, pois o ex-presidente Lula está cumprindo uma pena de 12 anos e um mês de prisão, nas dependências da Sede da Polícia Federal, na cidade de Curitiba, QG principal da Operação Laja-Jato sob a responsabilidade do Juiz Federal Sérgio Moro, no estado do Paraná.

            Quem será ou serão o(s) verdadeiro(s) herdeiro(s) dos votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva?

            No atual momento político o Partido do Trabalhadores (PT) não dispõe de um Plano B para substituir o líder petista e por mais que se esforcem os números não batem: 2 + 2 = 5. Assim fica mesmo muito difícil.

            Os votos não são do Lula, agora serão diluídos entre os demais candidatos. Uns receberão uma fatia mais acentuada, tendo como exemplo os Partidos que tem candidatos com ideologias de esquerda e que tenham afinidade com o Partido dos Trabalhadores, como Marina Silva (REDE), Ciro Gomes (PDT), e outros com pouca densidade eleitoral. Não serão evidenciadas nenhuma enxurrada de votos para A ou para B, proveniente do ex-presidente Lula.

            Se o ex-presidente Lula fosse, na verdade o candidato petista, hoje, acredita-se que a sucessão presidencial seria decidida já no primeiro turno – mas isto foi frustrado para os eleitores e aos ferrenhos defensores e seguidores do líder petista, com a definição da prisão em segunda instância, pelo STF, por 6 votos x 5, com o voto de Minerva da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia,  e com a consequente decretação da prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, após extinguir todos os Recursos de Declaração e outros pelo Juiz Federal Sérgio Moro.

            O eleitores do Brasil temos que tomar toda precaução necessária para que erros anteriores sirvam de lição e para que não incorramos nos mesmos erros do passado.

            Na hora H de sufragar o seu voto na Urna Eletrônica não se comporte como a ÁGUA DE ENXURRADA: vote com consciência, não venda o seu voto, procure saber a história do candidato, conheça bem a sua performance política e não vá no Conto do Paco. ‘Cachorro que muito late, não costuma morde’. O seu voto pode decidir o destino de toda a população.

            Antônio De Almeida Sobrinho escreve semanalmente nos seguintes Portais e veículos de comunicação:


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