A proliferação do
molusco em quase todos os municípios e cidades do estado de Rondônia —
conhecido mundialmente com o nome de Caramujo-Gigante-Africano ou simplesmente
Caramujo Africano (Achatina fulica,
Perussac, 1821) — vem se transformando
em um transtorno e motivo de preocupação por parte da população que desconhece
os problemas e as consequências que este molusco pode acarretar para a saúde de
suas famílias.
Por se tratar de uma
preocupação de todos e um iminente problema que pode afetar, direta e
indiretamente, à população que no dia-a-dia está exposta aos possíveis riscos quando
passa a dividir espaço com o caracol-gigante-africano,
fomos cobrados por leitores e amigos que questionaram por que esta Coluna
ESPINHA NA GARGANTA ainda não se manifestara sobre este tema tão polêmico e
grave, uma vez que está afeto a nossa área de formação profissional,
intrinsecamente ligado à aquicultura, no que tange à ocupação territorial e aos
recursos hídricos, habitat natural e
artificial da criação de animais aquáticos, dentre estes os peixes.
Não sou de fugir de
desafios, e se buscou informações técnicas, bibliográficas e de trabalhos
científicos, resultado de pesquisas de campo, de investigações pessoais,
entrevistas com autoridades sanitárias — governamentais e não governamentais —
através de pesquisas bibliográficas da mídia eletrônica regional e nacional, através
de professores universitários e de
próprios colegas da engenharia de pesca e, daí se montou um pequeno banco de
informações que serão suficientes para mostrar um perfil do problema para que o
prezado leitor e o público em geral passem a ter as devidas precauções e que providencias
devam ser tomadas para se combater o problema de frente e se evitar graves
problemas de saúde para toda a família.
Então vamos nós:
velejando numa nau sem vela, sem vento e sem documentos.
O nome caramujo é
incorreto para este animal — quando se deve chamá-lo de
caracol-gigante-africano, uma vez que caramujo é um molusco de água doce e este
é um animal terrestre pulmonado, com o nome caracol-gigante-africano.
Este caracol-gigante-africano
é um molusco da classe Gastropoda, com a concha de cor marrom, nativo do
leste-nordeste da África, que foi introduzido no Brasil em 1988, como parte de
um projeto de produção e comercialização de escargot, muito empregado na
culinária em vários continentes.
Este molusco está
presente em vários continentes, com ênfase para a África. Este caracol foi
introduzido no Brasil ilegalmente, com início de 1980, no estado do Paraná, com
grandes possibilidades de alimento substitutivo ao escargt (Helix aspersa),
segundo nossa fonte. Em uma feira agropecuária fora comercializado
indiscriminadamente para quem interessasse iniciar um pequeno cultivo.
Mediante a mesma
fonte, a segunda introdução deste molusco no Brasil teria ocorrido através do
Porto de Santos-SP, na cidade de Santos-SP, quando um servidor público, na
década de 90, viabilizou a montagem de um heliciário na Praia Grande, onde promovia cursos rápidos
de finais-de-semana.
Fontes não muito
confiáveis afirmam que este molusco fora introduzido no estado de Rondônia
através de empresários-pescadores da pesca amadorística, provenientes de
estados do sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, a exemplo de São Paulo (SP),
Santa Catarina (SC), Paraná (PR) e de Mato Grosso (MT) que praticam a pesca
amadorística à linha e à molinete, de finais-de-semana, a convite de empresários e de políticos
locais, que utilizam este Gastropoda como isca especial para ser utilizada
nestas práticas esportivas e as sobras são abandonas às margens dos rios e
pesqueiros, em toda a bacia hidrográfica
de Rondônia.
Para ilustrar esta
matéria buscou-se uma reportagem do Extra de Rondônia com um flagrante de uma
postagem de ovos do espécime mencionado (caracol-gigante-africano), na cidade
de Vilhena-RO, na Rua Duque de Caxias, centro comercial desta cidade, conforme
imagem, a seguir.
Figura 03: Desova do caracol-gigante-africano
Rua Duque de Caxias, no centro comercial
de Vilhena-RO.
A ilustração mostra
claramente o poder reprodutivo deste caracol — em franca proliferação no estado
de em Rondônia, quando cada postura pode variar de 40 a 400 ovos, com até cinco
posturas por ano. Neste sentido, se podem conclui que este molusco pode povoar
e comprometer uma comunidade, um município e um Estado em poucos anos.
Por ser um animal
hermafrodita, isto é, se reproduz sem ser preciso de cópula ou de acasalamento,
quando um único indivíduo pode reproduzir outros dois mil filhotes, logo após
atingir a sua maturidade sexual, sem necessitar do sexo oposto, corroborando
com a difícil missão de erradicação deste molusco.
Este molusco pode
pesar até 200 gramas e medir até 10 cm e 20 cm de altura. Sem predadores
naturais, aliado à resistência e excelente capacidade reprodutiva, estes
indicadores contribuíram para que a procriação deste animal se adaptasse com
muita facilidade em 23 estado do Brasil, até ser proibida através uma
legislação regulamentada pelo IBAMA.
Para ser ter idéia do
potencial reprodutivo deste animal, em apenas um ano este caracol tem potencial
reprodutivo para reproduzir até 300 vezes.
Este caracol pode ser
transmissor de doenças abdominais e inclusive ser responsável pela transmissão
da meningite, e, também, como vetor da dengue e febre amarela.
Quando este animal é
abandonado e/ou quando morre e fica abandonado a sua concha se prestar para
acumular água e se prestar como depósito compatível com as necessidades do
mosquito Aedes Aegypti e, assim, indiretamente produzir o anófilo e,
posteriormente, o mosquito e a propagação da dengue e da febre amarela.
Além de
destruírem plantas nativas e cultivadas, alimentando-se vorazmente de qualquer
tipo de vegetação, e competir com espécies nativas – inclusive alimentando-se
de outros caramujos. Tais animais são
hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias.
Felizmente, não foram registrados casos em que essa doença, em nosso país,
tenha sido transmitida pelo caracol- gigante-africano.
ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA E ECONÔMICA
Em conformidade com a União Internacional
para a Conservação da Natureza (IUCN) estas espécies de caramujos citadas
anteriormente, da classe Gastropoda, são conhecidas como invasoras e
representam uma ameaça à biodiversidade, em todo o planeta, perdendo apenas
para o desmatamento, nos aspectos biológico e à saúde pública.
1.
Helix aspersa, Muller, 1774 – Molusco apreciado na culinária
européia com o nome de “escargot”, introduzido no Brasil no início do século
XX;
2.
Achatina fulica, Bowdich, 1822 – Molusco africano introduzido no
Brasil com fins econômico e para ser utilizado na culinária regional.
RISCOS E AMEAÇAS À SAÚDE PÚBLICA
O
caracol-gigante-africano se alimenta de plantas nativas e cultivadas e quando
se hospedam em hortaliças são vorazes e são hospedeiros de duas espécies de
vermes, responsáveis pela propagação de doenças sérias, tais como se podem
citar:
·
Angiostrongylus costaricensis: pesponsável por uma doença abdominal
grave, que provoca perfuração intestinal, se assemelhando à apendicite;
·
Angiostrongylus cantonensis: responsável pela angiostrongilose
meningoencefálica, com sintomas variados, quase sempre fatal.
Venho
aqui neste espaço parabenizar a equipe que faz o Programa da Rádio Parecis FM,
tendo como Diretor Geral o Jornalista Ewerton Leoni, sob a coordenação e
apresentação do meu prezado amigo e Jornalista Sérgio Melo, com a participação
decisiva dos Dinos Sérgio Pires e Beni Andrade que nesta semana fizeram uma
abordagem sobre este Tema: OS CARAMUJOS EM RONDÔNIA.
Parabéns
pela brilhante matéria e uma preocupação chama outra.
Em
homenagem ao Programa OS DINOSSAUROS evidenciados pelos seus membros DINOS,
esta matéria foi elabora e, agora, publicada para esclarecer a todos que estão
preocupados com este problema.
Um grande
abraço.
PRECAUÇÕES QUE DEVEM SER TOMADAS:
·
usar
luvas ou sacolas ao manipular os caracóis;
·
deixar as
verduras ou hortaliças ao molho durante 15 minutos, em água potável na porção
de 1 (uma) colher de água sanitária para
1,0 (um) litro de água;
·
usar
luvas ou sacolas plásticas ao manipular os caracóis;
·
desinfeccionar
itens alimentares;
·
fazer a
catação individual dos caracóis e de seus ovos;
·
quebrar
individual, um por um, suas conchas, antes de eliminá-los;
·
aplicar o
sal e a cal virgem sobre os caracóis quebrados;
·
fazer a
incineração do material triturado e, depois, enterrar em lugar seguro;
·
fazer o
devido enterro de todo material, acondicionados em dois sacos plásticos, em
cova funda, distante de cisternas e do lençol freático para evitar contaminação.
PENSAMENTO
PARA REFLEXÃO
De tanto conviver com o problema da
proliferação do CARAMUJO no estado de
Rondônia e ameaçar a saúde pública da população a Prefeitura Municipal de Porto
Velho batizou uma Rua do Bairro Conceição de Rua Caramujo, em homenagem aos caracóis, com direito a CEP e Caixas Postais
Ilimitadas e S.A.
Contatos:
Antônio de Almeida Sobrinho escreve semanalmente
nos seguintes Portais de Notícias:
www.newsrondonia.com.br www.emrondonia.com.br www.quenoticias@com.br
www.efato.rondonia.com.br e no Blog ESPINHA NA GARGANTA.
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