A
ONÇA E O BODE
Com a prisão do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, neste último 7 de abril, o Partido dos Trabalhadores (PT) ficou sem um
plano B, como alternativa para concorrer as eleições presidenciais que batem à
porta, com início em outubro do corrente ano, e, dentre as raras opções
pesquisadas, se depararam com um nome com baixa densidade eleitoral, com
passagens em depoimentos da Operação Lava-Jato e que mais cedo ou mais tarde
esta “presença” na lista da Lava-Jato possa se tornar um pesadelo e desaguar
num mar de tormentas e ter o mesmo destino de vários empresários, políticos,
lobistas, doleiros, publicitários e de inúmeros gângster’s e parvajolas
petistas que conhecemos através das páginas policiais e de nomes em ‘letras
garrafais’ estampadas nas páginas dos jornais e nas telas das TV’s.
O pré-candidato Ciro Gomes (PDT) e
Fernando Haddad (PT) andam conversando bastante sobre a criação de uma possível
frente oposicionista, de acordo com notícias veiculadas na mídia eletrônica, e
visto pela ótica política que ambos só
teriam a ganhar, como forma de superar nas urnas seus principais concorrentes —
Marina Silva (REDE) e Jair Bolsonaro (PSL) — que, de acordo com as recentes
pesquisas espontâneas e estimuladas de intenções de votos, estes estão nas
raias prioritárias e que no presente momento mais apresentam chances em
disputar um provável Segundo Turno para a sucessão presidencial.
Para ilustrar esta parceria, vamos
apresentar uma Fábula escrita há tempo por Luiz de Câmara Cascudo — renomado
escritor nordestino (RN) que nos deixou
um significativo acerto histórico, um legado literário, cultural e gastronômico
— que acredita-se ter tudo a ver com as espertezas, as performances e as
sagacidades dos animais (Onça e o Bode) mencionados nesta Fábula de Luiz da
Câmara Cascudo, incorporados nas personalidades e nas sagacidades de ambos os
pré-candidatos candidatos ao Planalto para a sucessão de 2018-2021, Ciro Gomes
e Fernando Haddad:
FÁBULA: O BODE E A ONÇA
O BODE foi ao mato procurar lugar para fazer uma casa. Achou um sítio
bom. Roçou-o e foi-se embora. A ONÇA que tivera a mesma ideia, chegando ao mato e encontrando o lugar
já limpo, ficou radiante. Cortou as madeiras e deixou-as no ponto. O Bode,
deparando a madeira já pronta, aproveitou-se, erguendo a casinha. A ONÇA voltou e tapou-a de taipa.
Foi buscar seus móveis e quando regressou encontrou o BODE instalado. Verificando que o
trabalho tinha sido de ambos, decidiram morar juntos.
Viviam desconfiados, um do outro.
Cada um teria sua semana para caçar. Foi a ONÇA e trouxe um cabrito, enchendo
o BODE de pavor. Quando chegou
a vez deste, viu uma onça abatida por uns caçadores e a carregou até a casa,
deixando-a no terreiro. A ONÇA vendo a companheira morta, ficou espantada:
— Amigo BODE, como foi que você matou essa
onça?
— Ora, ora… Matando!…
Respondeu o BODE cheio de empáfia. Porém, insistindo sempre a ONÇA em perguntar-lhe como havia
matado a companheira, disse o BODE:
— Eu enfiei este anel de
contas no dedo, apontei-lhe o dedo e ela caiu morta.
A ONÇA ficou toda arrepiada, olhando
o BODE pelo canto do olho.
Depois de algum tempo, disse o BODE:
— Amiga ONÇA, eu lhe aponto o dedo…
A ONÇA pulou para o meio da sala
gritando:
— Amigo BODE, deixe de brinquedo…
Tornou o BODE a dizer que lhe apontava o
dedo, pulando a ONÇA para o meio do terreiro. Repetiu o BODE a ameaça e a ONÇA desembandeirou pelo mato a
dentro, numa carreira danada, enquanto ouviu a voz do BODE:
— Amiga ONÇA, eu lhe aponto o dedo… Nunca mais a ONÇA voltou. O BODE ficou, então, sozinho na sua
casa, vivendo de papo para o ar, bem descansado.
Autor da Fábula: Luiz da Câmara Cascudo.
Autor: Luiz da Câmara Cascudo–
Todos
conhecemos de perto que poucos líderes políticos tem a capacidade de transferir
votos e o líder petista, Luiz Inácio Lula da Silva, não será diferente.
Qualquer analista político que entende de política partidária, em especial a do
Brasil, tem plena consciência de que o ex-presidente Lula não terá no momento a
liderança suficiente para colocar um candidato petista no segundo turno, com
puro sangue, isto é, com dois candidatos petistas, e. sim, através da criação
de uma frente oposicionista, como sugere o pré-candidato Ciro Gomes e, mesmo
assim, não será páreo fácil para estas prováveis pretensões, uma vez que as
demais raiais estão preenchidas com os exímios corredores: Marina Silva (REDE);
Jair Bolsonaro (PSL); Geraldo Alckmin (PSDB); Joaquim Barbosa (PSB); Álvaro
Dias (PODEMOS) e de tantos outros, até então com baixa densidade eleitoral que
podem crescer, ao longo da campanha presidencial, através da campanha gratuita
no Rádio e na Televisão, no horário gratuito.
Em toda história das campanhas
políticas no Brasil que tenho conhecimento nem sempre ganhou o candidato mais
competente e nem o melhor e quase sempre aquele que adotou as melhores
estratégias políticas e teve as melhores estruturas de campanhas.
Neste jogo de mata-mata, onde se
escondem múltiplos interesses políticos e econômicos chegar a disputar o
segundo turno de uma eleição presidencial no Brasil é quase meio caminho andado.
Portanto, numa parceria entre uma ONÇA
e um BODE, quando ambos tem os mesmos interesses, todos tem muito
a ganhar.
Enquanto
a ONÇA,
na condição de animal carnívora, terá muita fome para saciar e o BODE costuma ser um prato muito especial.
Por
outro lado, o BODE
como animal herbívora terá muita fome de capim para se saciar. Porém, com
estratégia e sabedoria estes podem contrariar a Lei de Antoine
Laurent Lavoisier: “Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar
num mesmo espaço”. Nesta parceria entre a ONÇA e o BOBE isto será possível.
Nos Antônio
De Almeida Sobrinho escreve semanalmente nos seguintes Portais e veículos de
comunicação:
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