segunda-feira, 4 de maio de 2020

AS 5 MAIORES PANDEMIAS GLOBAIS: DO CORONAVÍRUS À PESTE BUBÔNICA

Vítimas do novo Coronavírus estão sendo sepultados, 
em Manaus-AM, em valas.


[I] NOVO CORONAVÍRUS

O novo Coronavírus (COVID-19) é caracterizado como uma doença infecciosa tendo como causa um novo vírus que causa graves problemas respiratórios, se assemelhando à ‘gripezinha’ — à gripe comum, acompanhada de tosse, febre alternada e, ao se agravar, o paciente passa a ter dificuldades para respirar.

TRANSMISSÃO DO CORONAVÍRUS

De acordo com orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal forma de contaminação do novo Coronavírus é através de contato com uma pessoa infectada, cuja transmissão do vírus ocorre por meio de tosse e espirros. O contágio também pode ocorrer quando a pessoa toca a uma superfície plana ou objeto contaminados e, depois, põe as mãos nos olhos, nariz ou boca. Como precaução, recomenda-se que todos lavem as mãos com sabão, detergente ou álcool gel 70% e não leve as mãos à boca, olhos e nariz e a obrigatoriedade no  uso da máscara e se aconselha fazer o distanciamento  no mínimo 2,0 metros entre pessoas.
Para Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde – OMS: [...] “o termo pandemia não deve ser utilizada de forma leviana, sob pena de causar medo irracional ou aceitação de que a luta acabou, resultados em mortes e sofrimento desnecessários”.
O novo Coronavírus teve como epicentro a cidade de Wuhan e de acordo com o Serviço de Inteligência dos EUA acaba e de divulgar a confirmação da apuração sobre a origem deste vírus que se transformou nesta “pandemia” em nível Global e no maior flagelo atual da humanidade, quando vem vitimando milhares de seres humanos, em todos os continentes e se transformando numa das maiores tragédias para todos os povos do planeta.

[II] GRIPE ESPANHOLA

Imagens de soldados americanos do estado de Kansas, EUA, em 1918, vítimas 
da Gripe Espanhola. Foto: National Museum of Health

No período de 1918 a 1920 a Gripe Espanhola considerada como uma das maiores Pandemias Globais mais mortais registradas na história da humanidade, deixou um saldo de 100 milhões de mortos em todos os continentes. O vírus da Gripe Espanhola pertencente ao mesmo grupo da gripe A, a popular H1N1e de acordo com as estatísticas da OMS, em torno de 30% da população mundial contraiu o vírus e causou óbitos  independentemente de idade.

Há 102 anos, marca uma data de um período macabro que se deveria esquecer na história do Brasil — o surgimento da Gripe Espanhola, também chamada de Peste Pneumônica — tendo como veículo transportador e transmissor o navio DEMERARA, transatlântico de bandeira europeia, que sem saber que transportava o vírus da Gripe Espanhola desembarcara passageiros infectados nos portos de Recife, Salvador e Rio de Janeiro.
                               Launch of the Demerara Royal Mail Steam Ship, at Bristal Giclee Print by Art.com
Após 30 dias destes desembarques, o Brasil passou a viver um dos maiores pesadelos de sua história, vítima dos efeitos nefastos deste vírus e mergulhado na maior epidemia da Gripe Espanhola e em sua maior crise devastadora de sua história, sem precedentes.
Dentre os casos de óbitos por Gripe Espanhola temos registros de uma morte que mexeu com a vida política do Brasil: foi a morte do presidente da República Rodrigues Alves, reeleito para o cumprimento de um segundo mandato, e por ironia do destino na véspera da posse foi hospitalizado, vítima da Gripe Espanhola, não chegou a tomar posse e faleceu em janeiro de 1919.
Presidente da República Rodrigues Alves
15 de novembro de 1902 a 15 de novembro de 1904

Por ser reconhecida como uma violenta pandemia, em nível Global, nos anos de 1918 e 1919, a Gripe Espanhola deixou um rastro de milhões de óbitos em todo o planeta. No Brasil, a Gripe Espanhola não poupou vidas, nem  escolheu e respeitou caras e até o então presidente da República, Rodrigues Alves, fora “espanholado” e acamado com a Gripe Espanhola, quando havia sido reeleito em março de 1918 para o seu segundo mandato e devido a gravidade da doença fora substituído por seu vice-presidente eleito, Delfim Moreira, que tomou posse, interinamente, em nome do titular e ficou a espera de seu pronto restabelecimento. O presidente Rodrigues Alves, porém, não resistiu a fúria da Gripe Espanhola e faleceu em janeiro de 1919.

Com o falecimento do presidente da República, Rodrigues Alves, sem tomar posse, sendo o vice-presidente eleito Delfim Moreira, quando a Constituição vigente previa que o vice-presidente somente assumiria a presidência em definitivo para cumprir o mandato estabelecido se o titular já houvesse cumprido dois anos de mandato. Portanto, Delfim Moreira poderia assumir o cargo, interinamente, enquanto o titular  se restabelecesse. Como o presidente Rodrigues Alves chegou a óbito, foi providenciada uma nova eleição quando fora eleito o paraibano, Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa como o novo presidente da República do Brasil, para o quadriênio de 1919-1922.

 [III] A VARÍOLA

A varíola pode se manifestar de forma violenta, com bolhas em toda 
a superfície do corpo, causar cegueira e morte.

Segundo informes estatísticos, o flagelo da varíola persegue a humanidade há mais de 3 mil anos. Temos registros históricos de que  o faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luiz XV da França tiveram a temida “bixiga”.

O vírus Orthopoxvírus variolae sempre fora transmitido em contato físico, no toque pessoal, entre pessoas, através das vias respiratórias. A varíola é identificada através de sintomas: febre, com erupções na garganta, na boca e no rosto. A varíola fora erradicada do planeta em 1980, após campanha de erradicação em massa.

VACINA CONTRA A VARÍOLA

No século XVIII, precisamente no ano de 1789, Edward Jenner passou a observar as tetas de suas vacas e notou que estas apresentavam feridas abertas, com semelhanças as marcas deixadas pela varíola no corpo de seres humanos. As vacas apresentavam cicatrizes leves se comparada à doença, a varíola bovina, ou bexiga vacum.

A varíola teve suas evidências encontradas em múmias egípcias, do século III e sempre ocorreram suas propagações em surtos. No século XVIII foram registrados na Europa cerca de 400 mil pessoas foram a óbitos e com um terço destes casos acompanhados com cegueira.

Dentre os casos de óbitos por varíola temos registros de três monarcas reinantes e uma rainha consorte. Estatísticas disponíveis na Web informam que no século XX a varíola vitimou entre 300 a 500 milhões de seres humanos, em todo o planeta. Em 1967 ocorriam ainda registros de 15 milhões de óbitos em todos os continentes.

O último registro da ocorrência de caso da varíola aconteceu no ano de 1977 e graças aos esforços da Organização Mundial da Saúde (OMS), quando um trabalho fora intensificado, através de campanhas de vacinação em massa culminando com a certificação da erradicação dessa doença em 1980.

                                                           [IV] CÓLERA 

Imagens de um bairro de Haiti onde a população não dispõe de nenhuma
 infraestrutura básica de água e de saneamento.

O Cólera é uma infecção no intestino delgado por algumas estirpes das bactérias Vibrio cholerae. A epidemia Global do Cólera ocorreu em 1817, matando centenas de milhares de vidas humanas. A bactéria causadora do Cólera é o Vibrio cholerae que de acordo com estudos científicos sofre diversas mutações e causa diversos ciclos epidêmicos, se alternando de tempos em tempos sendo considerado com uma “Pandemia” tendo causado maiores números de vítimas, especialmente em países pobres, onde a qualidade do saneamento básico é precário ou ausente.

A contaminação do Cólera ocorre principalmente pelo consumo de água e alimento contaminados e se torna mais frequente em países subdesenvolvidos. Na América Central, no Haiti, em 2010,  foi o país que mais sofreu com o pesadelo do Cólera. O Brasil teve vários ciclos do Cólera, em especial em áreas pobres do nordeste, onde o saneamento básico é precário ou inexistente.

Temos registros estatísticos que no Iêmen — um país árabe que ocupa a extremidade sudoeste da Península da Arábia —, em 2019, ocorreram mais de 40 mil óbitos, vítimas do Cólera. Os principais sintomas do Cólera são: diarreia intensa, cólicas constantes e enjoos. De acordo com informações médicas,  apesar de existir a vacina contra a doença, à base de antibióticos, porém, sua eficácia não é de 100%.

[V] PESTE BUBÔNICA



Tem-se notícias, através da mídia eletrônica internacional, que ocorreram três casos de Peste Bubônica ou pneumônica na China. A Peste Bubônica é transmitida por um tipo de bactéria que vive em roedores selvagens e em suas pulgas (Yersinia pestis), sendo endêmica em países com saneamento básico precário que matou cerca de 50 milhões de pessoas no século XIV, na época chamada de Peste Negra.
De acordo com dados estatísticos disponíveis na Web, a Peste Bubônica vitimou no total desde o século XIV em torno de 450 milhões de pessoas a 350 milhões de seres humanos.

PAÍSES VULNERÁVEIS À PESTE BUBÔNICA

Dentre os países citados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) susceptíveis à Peste Bubônica teve destaques na época o Peru, Congo e Madagascar, sendo este último uma ilha africana que registrou a epidemia mais recente desta doença, nos anos de 2017, com 2.417 pessoas contraíram a doença e registros de 209 óbitos.

PENSAMENTO DO DIA

O presidente Jair Bolsonaro tem que colocar suas barbas de molho e não se expor tanto, publicamente, nas feiras e mercados e, assim, se precaver do novo Coronavírus, pois já temos um antecedente negativo de pandemia no Brasil, quando a Gripe Espanhola, em 1919, matou sem compaixão o então presidente da República Rodrigues Alves.

Quem participa da quarentema do novo Coronavírus, que fica em casa recluso a fim de evitar a propagação da doença, protegendo a si, sua família, seus amigos e a população em geral, tem que se conscientizar de que  todo dia é um novo renascer. Todo cuidado é pouco e qualquer descuido: adeus.

Antônio de Almeida Sobrinho é Engenheiro de Pesca e Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente e escreve semanalmente neste veículo de comunicação.



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